PROVÉRBIOS

Conselhos para o dia a dia

 Origem?  1 2 3 4 5  6 7 8 9 10  11 12 13 14 15  16 17 18 19 20  21 22 23 24 25  26 27 28 29 30  31 Referências

Origem de Provérbios

O livro de Provérbios é um dos livros do Antigo Testamento da Bíblia. Tem como propósito ensinar a alcançar sabedoria, a disciplina e uma vida prudente e a fazer o que é correto, justo e digno. Ensina a aplicar e fornecer instrução moral. o título do livro vem originalmente de sua forma hebraica Míshlê Shelomoh, é simplesmente um conjunto de palavras do primeiro verso do livro. A autoria dos Provérbios não é algo fácil de determinar. Contudo estudiosos apontam que foi Salomão aquele que escreveu a maior parte. Agur e Lemuel contribuíram nas últimas seções. Podemos encontrar diversas formas literárias no livro de provérbios: poemas, pequenas parábolas, lições de vida. Entre as figuras literárias mais comuns, podemos citar as antíteses, as comparações e personificações.

Provavelmente, o livro dos provérbios foi organizado durante o domínio Persa, talvez antes do final do século IV aC. Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a 930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade. Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do que qualquer outro escritor do Antigo Testamento, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder; Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas. Seu poder não se mostrava em campos de batalha, mas no domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização. A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que todos os homens”, seguindo um citação de vários nomes de homens sábios para comparação. A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe até o momento.

Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e desfrutou da menor violência de todos o período monárquico. “Pacifico”, o significado de seu nome, descreve o reinado de Salomão. E paz, com sabedoria, trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se tornou motivo de respeito e admiração para o rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros governantes da época. Palavras sábias, como música ou outras formas de arte, tendiam a florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes.

O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de coleções. Seu pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9.10), aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o principio (ou parte principal) da ciência” (1.7). Dentre a diversidade de exemplos, algumas verdades se repetem: A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos bens. A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto. A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem por meio da atenção à instrução. A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom. O homem mau sofre as conseqüências de seus atos maus. O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser admirados. Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas palavras-chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão: Sabedoria em oposição a Loucura Justiça em oposição a Impiedade Bem em oposição ao Mal Vida em oposição a Morte Prosperidade em oposição a Pobreza Honra em oposição a Desonra Permanente em oposição a Transitório Verdade em oposição a Falsidade Ação em oposição a Preguiça Amigo em oposição a Inimigo Prudência em oposição a Precipitação Fidelidade em oposição a Adultério Paz em oposição a Violência Boa Vontade em oposição a Ira Deus em oposição ao Homem

Provérbios 1 - Uso dos provérbios

  1. Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel:
  2. Para aprender a sabedoria, e o ensino; para entender as palavras de inteligência;
  3. para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo, e a equidade;
  4. para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;
  5. Ouça o sábio e cresça em prudência; e o entendido adquira habilidade
  6. para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios.
  7. O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.

    Contra as seduções dos pecadores

  8. Filho meu, ouve o ensino de teu pai, e não deixe a instrução de tua mãe.
  9. Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares para o teu pescoço.
  10. Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas.
  11. Se disserem: Vem conosco; embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, o inocente;
  12. traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, como os que descem à cova;
  13. acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos as nossas casas;
  14. lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa:
  15. Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; guarda das suas veredas os teus pés;
  16. porque os seus pés correm para o mal e se apressam a derramar sangue.
  17. Pois debalde se estende a rede à vista de qualquer ave.
  18. Estes se emboscam contra o seu próprio sangue, e as suas próprias vidas espreitam.
  19. Tal é a sorte de todo ganancioso; e este espírito de ganância tira a vida de quem o possui.

    Clama a sabedoria

  20. Grita na rua a sabedoria, nas praças levanta a voz;
  21. do alto dos muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras;
  22. Até quando, ó néscios, amareis a necedade? e vós escarnecedores, desejareis o escárnio? e vós louos, aborrecereis o conhecimento?
  23. Atentai para a minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.
  24. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem atendesse;
  25. antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei,
  26. também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei,
  27. em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia.
  28. Então me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não hão de me achar.
  29. Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor;
  30. não quiseram o meu conselho e desprezaram toda minha repreensão.
  31. Portanto comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.
  32. Os néscios são mortos por seu desvio, aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição.
  33. Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo e sem temor do mal.

Provérbios 2 - A Excelência da Sabedoria

  1. Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,
  2. para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento,
  3. e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz,
  4. se buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares,
  5. então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus
  6. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento.
  7. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade,
  8. guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos.
  9. Então entenderás justiça, juízo e equidade, todas as boas veredas.
  10. Porquanto a sabedoria entrará no teu coração,e o conhecimento será agradável à tua alma.
  11. O bom siso te guardará e a inteligência te conservará;
  12. para te livrar do caminho do mal, e do homem que diz cousas perversas;
  13. dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas;
  14. que se alegram de fazer o mal, folgam com as perversidades dos maus,
  15. seguem veredas tortuosas e se desviam nos seus caminhos;
  16. para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras,
  17. a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus;
  18. porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para o reino das sombras da morte:
  19. todos os que se dirigem a essa mulher não voltarão, e não ati9narão com as veredas da vida.
  20. Assim andarás pelo caminho dos homens de bem, e guardarás as veredas dos justos.
  21. porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.
  22. Mas os perversos serão eliminados da terra, e os aleivosos serão dela desarraigados.

Provérbios 3 - Exortações da sabedoria a obedecer ao Senhor

  1. Filho meu, não te esqueças dos meus ensinos, e o teu coração guarde os meus mandamentos;
  2. porque eles aumentarão os teus dias, e te acrescentarão anos de vida e paz.
  3. Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração.
  4. E acharás graça e boa compreensão diante de Deus e dos homens.
  5. Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
  6. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e, ele endireitará as tuas veredas.
  7. Não sejas sábio aos teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal;
  8. será isto saúde para o teu corpo, e refrigério para os teus ossos.
  9. Honra ao Senhor com os teus bens, e com as prímicias de toda a tua renda;
  10. e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.
  11. Filho meu, não rejeites a disciplina do senhor, nem te enfades da sua repreensão.
  12. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem que bem,
  13. feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
  14. porque melhor é o lucro que ela dá do que a prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.
  15. mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela.
  16. O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda riquezas e honra.
  17. Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas paz.
  18. É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm.
  19. O Senhor com sabedoria fundou a terra, com inteligência estabeleceu os céus.
  20. Pelo seu conhecimento os abismos se rompem, e as nuvens destilam orvalho.
  21. Filho meu, não se apartem estas cousas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;
  22. porque serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço.
  23. Então andarás seguro no teu caminho, e não tropeçará o teu pé.
  24. Quando te deitares, não temerás; deitar-te-ás e o teu sono será suave.
  25. Não temas o pavor repentino, nem a arremetida dos perversos quando vier.
  26. Porque o senhor será a tua segurança, e guardará os teus pés de serem presos.
  27. Não te furtes a fazer o bem a quem de direiro, estando na tua mão o poder de fazê-lo.
  28. Não digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã, então to darei, se o tens agora contigo.
  29. Não maquines o mal contra o teu próximo, pois habita junto de ti confiadamente.
  30. Jamais pleiteies com alguém sem razão, se te não houver feito mal.
  31. Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas nenhum de seus caminhos;
  32. porque o senhor abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade.
  33. A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele abençoa.
  34. certamente ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes.
  35. Os sábios herdarão honra, mas os loucos tomam sobre si a ignominia.

Provérbios 4 - Exortação Paternal

  1. Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento;
  2. porque vos dou boa doutrina; não deixeis o meu ensino.
  3. Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro, e único diante de minha mãe,
  4. então ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas minhas palavras; guarda os meus mandamentos, e vive;
  5. adquiri a sabedoria, adquire o entendimento, e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes.
  6. Não a desampares, e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.
  7. O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento.
  8. Estima-a, e ela te exaltará; se a abraçares, ela te honrará;
  9. dará à tua cabeça um diadema de graça, e uma coroa de glória te entragará.
  10. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida.
  11. No caminho da sabedoria te ensinei, e pelas veredas da retidão te fiz andar.
  12. Em andando por elas, não se embaçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás.
  13. Retém a instrução e não a largues; guarada-a, porque ela é a tua vida.
  14. Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus.
  15. Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo;
  16. pois não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém;
  17. porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho das violências.
  18. Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.
  19. O caminho dos perversos é como a escuridão: nem sabem eles em que tropeçam.
  20. Filho meu, atenta para as minhas palavras: aos meus ensinamentos inclina o teu ouvido.
  21. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração.
  22. Porque são vida para quem os acha, e saúde para o seu corpo.
  23. Sobre tudo o que se deve guardar, gurda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.
  24. Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios.
  25. Os teus olhos olhem direito e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti,
  26. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos.
  27. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.

Provérbios 5 - Advertência contra a lascívia

  1. Filho meu, atende à minha sabedoria: à minha inteligência inclina o teu ouvido;
  2. para que conserves a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento;
  3. porque os lábios da mulher adúltera destilam favos de mel, e as suas palavras são mais suaves do que o azeite;
  4. mas o fim dela é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.
  5. Os seus pés descem à morte; os seus passos conduzem-na ao inferno.
  6. Ela não pondera a vereda da vida; anda errante nos seus caminhos, e não o sabe.
  7. Agora, pois, filho, dá-me ouvidos, e não te desvies das palavras da minha boca,
  8. Afasta o teu caminho da mulher adúltera, e não te aproximes da porta da sua casa,
  9. para que não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos a cruéis,
  10. para que dos teus bens não se fartem os estranhos, e o fruto do teu trabalho não entre em casa alheia;
  11. e gemas no fim de tua vida, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo,
  12. e digas: Como aborreci o ensino! e desprezou o meu coração a disciplina!
  13. E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem a meus mestres inclinei os meus ouvidos!
  14. Quase me achei em todo mal, que sucedeu no meio da assembléia e da congregação.
  15. Bebe a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço.
  16. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e pelas praças os ribeiros de águas?
  17. Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo.
  18. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade,
  19. corça de amores, e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.
  20. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha, e abraçarias o peito de outra?
  21. Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele considera todas as veredas.
  22. quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido.
  23. Ele morrerá pela falta de disciplina, e pela sua muita loucura perdido cambaleia.

Provérbios 6 - Advertência contra o servir de fiador

  1. Filho meu, se ficaste por fiador do seu companheiro, e se te empenhaste ao estranho,
  2. estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.
  3. Agora, pois, faze isto, filho meu, e livra-te, pois caiste nas mãos do teu companheiro; vai, prostra-te, e importuna o teu companheiro.
  4. Não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras.
  5. Livra-te como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do passarinho.

    Advertência contra a preguiça

  6. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio.
  7. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante,
  8. no estio prepara o seu pão. na sega ajunta o seu mantimento.
  9. `´O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?
  10. Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para encruzar os braços em repouso,
  11. assim sobreviverá a tua pobreza como um ladrão, e atua necessidade como um homem armado.

    Advertência contra a maldade

  12. O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na boca,
  13. acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.
  14. No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda semeando contendas.
  15. Pelo que a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura.
  16. Seis cousas o senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina:
  17. Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
  18. coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
  19. testemunha falsa que profere mentiras, e o que contendas entre irmãos.

    Advertência contra a mulher adúltera

  20. Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a instrução de tua mãe;
  21. ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao teu pescoço.
  22. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.
  23. Porque o mandamentos é lâmpada e a instrução luza, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;
  24. para te guardarem da vil mmulher, e das lisonjas da mulher alheia.
  25. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas.
  26. Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão, mas a adúltera anda à caça de vida preciosa.
  27. Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem?
  28. Ou andará alguém aobre brasas, sem que se queimem os seus pés?
  29. Assim será com o que se chegar à mulher do ssu próximo; não ficará sem castigo todo aquele que a tocar.
  30. Não é certo que se despreza o ladrão, quando furta para saciar-se, tendo fome?
  31. Pois este, quando encontardo, pagará sete vezes tanto; entregará todos os bens de sua casa.
  32. O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal cousa.
  33. Achará açoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará.
  34. Porque o ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança.
  35. Não se contentará com o resgate, nem aceitará presentes ainda que sejam muitos

Provérbios 7 - Mais advertências contra a mulher adúltera

  1. Filho meu, guarda as minhas palavras, e conserva dentro de ti os meus mandamentos.
  2. guarda os meus mandamentos, e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos.
  3. Ata-os aos teus dedos, escrve-os na tábua do teu coração.
  4. Dize à sabedoria: Tu és minha irmã; e ao entendimento chama teu parente;
  5. para te guardarem da mulher alheia, da estranha, que lisonjeia com palavras.
  6. Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu,
  7. vi entre os simples, descobri entre os jovens, um que era carecente de juízo,
  8. que ia e vinha pela rua junto à esquina da mulher, e seguia o caminho da sua casa,
  9. à tarde do dia, no crepúsculo, na escuridão da noite, nas trevas.
  10. Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta, é astuta de coração.
  11. É apaixonada e inquieta, cujos pés não param em casa;
  12. ora está nas ruas, ora nas praças, espreitando por todos os cantos.
  13. Aproximou-se dele, e o beijou, e de cara impudente lhe diz:
  14. Sacrifícios pacíficos tinha eu de oferecer; paguei hoje os meus votos,
  15. Por isso sai ao teu encontro a buscar-te, e te achei.
  16. Já cobri de colchas a minha cama,de linho fino do Egito, de várias cores;
  17. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e ciamomo.
  18. vem, embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã; gozemos amores.
  19. Porque o marido não está em casa, saiu de viagem para longe.
  20. levou consigo um saquitel de dinheiro; só por volta da lua cheia ele tornará para casa.
  21. seduziu-o com as suas muitas palavras, com as lisonjas dos seus lábios o arrastou.
  22. E ele num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro; como ocervo que corre para a rede,
  23. até que a flecha lhe atravesse o coração; como a ave que se apressa para o laço, sem saber que isto lhe custará a vida.
  24. Agora, pois, filho, dá-me ouvidos, e sê atento às palavras da minha boca;
  25. não se desvie o teu coração para os caminhos dela, e não andes perdido nas suas veredas;
  26. porque a muitos feriu e derrubou; e são muitos os que por ela foram mortos.
  27. A sua casa é caminho para a sepultura, e desce para as cãmaras da morte.

Provérbios 8 - A excelência da sabedoria

  1. Não clama porventura a sabedoria, e o entendimento não faz ouvir a sua voz?
  2. No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas ela se coloca.
  3. Junto às portas, à entrada da cidade, à entrada das portas está gritando:
  4. A vós outros, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.
  5. Entendei, ó simples, a prudência; e vós, néscios, entendei a sabedoria.
  6. Ouvi, pois falarei cousas excelentes; os meus lábios proferirão cousas retas.
  7. Porque a minha boca proclamará a verdade; os meus lábios abominam a impiedade.
  8. São justas todas as palavras da minha boca, não há nelas nenhuma cousa torta, nem perversa.
  9. todas são retas para quem as entende, e justas para os que acham o conhecimento.
  10. Aceitai o meu ensino, e não a prata, e o conhecimento antes do que o ouro escolhido.
  11. Porque melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.
  12. Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e disponho de conhecimento e de conselhos.
  13. O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogãncia, o mau caminho, e a boca perversa, eu o aborreço.
  14. Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o entendimento, minha é a fortaleza.
  15. Por meu intermédio reinam os reis, e os príncipes decretam justiça.
  16. por meu intermédio governam os princípes, os nobres e todos os juízes da terra.
  17. eu amo os que me amam; os que me procuram me acham.
  18. riquezas e honra estão comigo, bens duráveis e justiça.
  19. melhor é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e o meu rendimento melhor do que a prata escolhida.
  20. Ando pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo,
  21. para dotar de bens os que me amam, e lhes encher os tesouros.

    A eternidade da sabedoria

  22. O Senhor me possuia no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas,
  23. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o príncipio, antes do começo da terra.
  24. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas.
  25. Antes que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci.
  26. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo.
  27. Quando ele preparava os céus, ai estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo;
  28. quando firmava as nuvens de cima, quando estabelecia as fontes do abismo;
  29. quando fixava ao mar o seu termo, para que as águas não transpassassem os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra:
  30. então eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo;
  31. regozijando-me no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.
  32. Agora, pois, filhos ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos.
  33. ouvi o ensino, sede sábios, e não o rejeites.
  34. Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada.
  35. Porque o que me acha acha a vida, e alcança favor do Senhor.
  36. Mas o que peca contra mim violenta a sua própria alma. Todos os que me aborrecem amam a morte.

Provérbios 9 - O banquete da sabedoria

  1. A sabedoria edificou a sua casa, lavrou a sua casa, lavrou as suas sete colunas.
  2. Carneou os seus animais, misturou o seu vinha, e arrumou a sua mesa.
  3. Já deu ordens às suas criadas, e assim convida desde as alturas da cidade:
  4. Quem é simples, volte-se para aqui.Aos faltos de senso diz:
  5. Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que misturei.
  6. Deixai os insensatos, e vivei; andai pelo caminho do entendimento.
  7. O que repreende o escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que censura o perverso, a si mesmo se injuria.
  8. Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça;
  9. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência.
  10. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do santo é prudência.
  11. Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.
  12. Se é sábio, para ti mesmo o és; se és escarnecedor, tu só o suportarás.

    O convite da mulher-loucura

  13. A loucura é mulher apaixonada, é ignorante, e não sabe cousa alguma.
  14. Assenta-se à porta de sua casa, nas alturas da cidade toma uma cadeira,
  15. para dizer aos que passam e seguem direito o seu caminho:
  16. Quem é simples, volte-se para aqui. E aos faltos de senso diz:
  17. As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.
  18. Ele, porém, não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados estão nas profundezas do inferno.

Provérbios 10 - O justo em contraste com o perverso

Provérbios de salomão

  1. O filho sábio alegra a seu pai; mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe.
  2. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
  3. O Senhor não deixa ter fome o justo, mas rechaça a avidez dos perversos.
  4. O que trabalha com mão remissa empobrece, mas a mão dos diligentes vem a enriquecer-se.
  5. O que ajunta no verão é filho entendido, mas o que dorme na sega é filho que envergonha.
  6. Sobre a cabeça do justo há bênçãos, mas a boca dos perversos mora a violência.
  7. A memória dos justos é abençoada, mas o nome dos perversos cai em podridão.
  8. O sábio de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios vem a arruinar-se.
  9. Quem anda em integridade anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos será conhecido.
  10. O que acena com os olhos traz desgosto, e o insensato de lábios vem a arruinar-se.
  11. A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos perversos mora a violência.
  12. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
  13. Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de senso.
  14. Os sábios entesouram o conhecimento, mas a boca do néscio é uma ruína iminente.
  15. Os bens do rico são a sua cidade forte, a pobreza dos pobres é a sua ruína.
  16. A obra do justo conduz à vida, o rendimento do perverso ao pecado.
  17. O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado.
  18. O que retém o ódio é de lábios falsos, e o que difama é insensato.
  19. No muito falar não falta transgressões, mas oq que modera os seus lábios é prudente.
  20. Prata escolhida é a língua do justo, mas o coração dos perversos vale mui pouco.
  21. Os l´bios do justo apascentam a muitos, mas por falta de senso, morrem os tolos.
  22. A bênção do Senhor enriquece, e com ela não traz desgosto.
  23. Para o insensato praticar a maldade é divertimento, para o homem entendido o ser sábio.
  24. Aquilo que teme o perverso isso lhe sobrevem, mas o anelo dos justos Deus o cumpre.
  25. Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o justo tem perpétuo fundamento.
  26. Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.
  27. O temor do senhor prolonga os dias da vida, mas os anos dos perversos serão abreviados.
  28. A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos perversos perecerá.
  29. O caminho do senhor é fortaleza para os íntegros, mas ruína aos que praticam a iniquidade.
  30. O justo jamais será abalado, mas os perversos não habitarão a terra,
  31. A boca do justo produz sabedoria, mas a língua da perversidade será desarraigada.
  32. Os lábios do justo sabem o que agrada, mas a boca dos perversos, somente o mal.

Provérbios 11

  1. Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer.
  2. Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a sabedoria.
  3. A integridade dos retos os guia, mas aos pérfidos a sua mesma falsidade os destrói.
  4. As riquezas de nada aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte.
  5. A justiça do íntegro endireita o seu caminho, mas pela sua impiedade cai o perverso.
  6. A justiça dos retos os livrará, mas na sua maldade os pérfidos serão apanhados.
  7. Morrendo o homem perverso morre a sua esperança, e a expiação da iniquidade se desvanece.
  8. O justo é libertado da angústia, e o perverso a recebe em seu lugar.
  9. O ímpio com a boca destrói o próximo, mas os justos são libertados pelo conhecimento.
  10. No bem-estar dos justos exulta a cidade, e, perecendo os perversos, há júbilo.
  11. Pela bênção que os retos suscitam a cidade se exalta, mas pela boca dos perversos é derrubada.
  12. O que despreza o próximo é falto de senso, mas o homem prudente, este se cala.
  13. O mexeriqueiro descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre.
  14. Não havendo sábia direção cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança.
  15. Quem fica por fiador de outrem sofrerá males, mas o que foge de o ser estará seguro.
  16. A mulher graciosa alcança honra, como os poderosos adquirem riqueza.
  17. O homem bondoso faz bem a si mesmo, mas o cruel a si mesmo se fere.
  18. O perverso recebe um salário ilusório, mas o que semeia justiça terá recompensa verdadeira.
  19. Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal para a sua morte o faz.
  20. Abomináveis para o Senhor são os perversos de coração, mas os que andam em integridade são o seu prazer.
  21. O mau, é evidente, não ficará sem castigo, mas a geração dos justos é livre.
  22. Como jóia de ouro em focinho de porco, assim é a mulher formosa que não tem discrição.
  23. O desejo dos justos tende somente para o bem, mas a expectação dos perversos redunda em ira.
  24. A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescnta mais e mais, ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.
  25. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado.
  26. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa, mas bênção haverá sobre a cabeça do seu vendedor.
  27. Quem procura o bem alcança favor, mas ao que corre atrás do mal, este lhe sobrevirá.
  28. Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a folhagem.
  29. O que perturba a sua casa herda o vento, e o insensato é servo do entendido de coração.
  30. O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio.
  31. Se o justo é punido na terra, quanto mais o perverso e o pecador!

Provérbios 12

  1. Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido.
  2. O homem de bem alcança o favor do senhor, mas ao homem de perversos desígnios ele o condena.
  3. O homem não se estabelece pela perversidade, mas a raiz dos justos não será removida.
  4. A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como podridão nos seus ossos.
  5. Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos do perverso, engano.
  6. As palavras dos perversos são emboscadas para derramar sangue, mas a boca dos retos livra homens.
  7. Os perversos serão derrubados e já não são, mas a casa dos justos permanecerá.
  8. Segundo o seu entendimento, será louvado o homem, mas o perverso de coração será desprezado.
  9. Melhor é o que se estima em pouco, e faz o seu trabalho, do que o vanglorioso que tem falta de pão.
  10. O justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel.
  11. O que lavra a sua terra será farto de pão, mas o que corre atrás de cousas vãs é falto de senso.
  12. O perverso quer viver do que caçam os maus, mas a raiz dos justos produz o seu fruto.
  13. Pela transgresão dos lábios o mau se enlaça, mas o justo sairá da angústia.
  14. Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca, e o que as mãos do homem fizerem ser-lhe-á retribuido.
  15. O caminho do insensato aos seus pr´prios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvido aos conselhos.
  16. A ira do insensato num instante se conhece, mas o prudente oculta a afronta.
  17. O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a testemunha falsa, a fraude.
  18. Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina.
  19. O lábio veraz permanece para sempre, mas a língua mentirosa, apenas um momento.
  20. Há fraude no coração dos que maquinam o mal, mas a alegria têm os que aconselham a paz.
  21. Nenhum agravo sobrevirá ao justo, mas os perversos o mal os apanhará em cheio.
  22. Os lábios mentirosos são abomináveis ao senhor, mas os que obram fielmente são o seu prazer.
  23. O homem prudente oculta o conecimento, mas o coração dos insensatos proclama a estultícia.
  24. A mão diligente dominará mas a remissa será sujeita a trabalhos forçados.
  25. A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.
  26. O justo serve de guia para o seu companheiro, mas o caminho dos perversos os faz errar.
  27. O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente.
  28. Na vereda da justiça está a vida, e no caminho da sua carreira não há morte.

Provérbios 13

  1. O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão.
  2. Do fruto da boca o homem comerá o bem, mas o desejo dos pérfidos é a violência.
  3. O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruina.
  4. O preguiçoso deseja, e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta.
  5. O justo aborrece a palavra de mentira, mas o perverso faz vergonha e se desonra.
  6. A justiça guarda ao que anda em integridade, mas a malícia subverte o pecador.
  7. Uns se dizem pobres, sendo mui ricos.
  8. Com as suas riquezas se resgata o homem, mas ao pobre não ocorre ameaça.
  9. A luz dos justos brilha intensamente, mas a lãmpada dos perversos se apagará.
  10. Da soberba só resulta a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria.
  11. Os bens que facilmente se ganham, esses dimimuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento.
  12. A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida.
  13. O que despreza a palavra a ela se apenhora, mas o que teme o mandamento será galardoado.
  14. o ensino do sábio é fonte de vida, para que se evitem os laços da morte.
  15. A boa inteligência consegue favor, mas o caminho dos pérfidos é intransitável.
  16. Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia a sua loucura.
  17. O mau mensageiro se precipita no mal, mas o embaixador fiel é medicina.
  18. Pobreza e afronta sobrevêm ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.
  19. O desejo que se cumpre agrada a alam, mas apartar-se do mal é abominável para os insensatos.
  20. Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau.
  21. A desventura persegue os pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem.
  22. O homem de bem deixa herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo.
  23. A terra virgem dos pobres dá mantimento em abundância, mas a falta de justiça o dissipa.
  24. O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.
  25. O justo tem o bastante para satisfazer ao seu apetite, mas o estômago dos perversos passa fome.

Provérbios 14

  1. A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos a derruba.
  2. O que anda na retidão teme ao senhor, mas o que anda em caminhos toruosos, esse o despreza.
  3. Está na boca do insensato a vara para a sua própria soberba, mas os lábios do prudente o preservarão.
  4. Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheitas.
  5. AQ testemunha verdadeira não mente, mas a falsa se desboca em mentiras.
  6. O escarnecedor procura a sabedoria, e não a encontra, mas para o prudente o conhecimento é fácil.
  7. Foge da presença do homem insensato, porque nele não divisarás lábios de conhecimento.
  8. A sabedoria do prudente é entender o seu próprio caminho, mas a estultícia dos insensatos é enganadora.
  9. Os loucos zombam do pecado, mas entre os retos há boa vontade.
  10. O coração conhece a sua própria amargura, e da sua alegria não participará o estranho.
  11. A casa dos perversos será destruida, mas a tenda dos retos florescerá.
  12. Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.
  13. Até no riso tem dor o coração, e o fim da alegria é tristeza.
  14. O infiel de coração dos seus próprios caminhos se farta, como dos seus próprios caminhos se farta, como do seu próprio proceder, o homem de bem.
  15. O simples dá crédito a toda palavra, mas o prudente atenta para os seus passos,
  16. O sábio é cauteloso e desvia-se do mal, mas o insensato encoleriza-se, e dá-se por seguro.
  17. O que presto se ira faz loucuras, e o homem de maus desígnios é odiado.
  18. Os simples herdam a estultícia mas os prudentes se coroam de conhecimento.
  19. Os maus inclinam-se perante a face dos bons, e os perversos junto às portas do justo.
  20. O pobre é odiado até do vizinho, mas o rico tem muitos amigos.
  21. O que despreza ao seu vizinho peca, mas o que se compadece dos pobres é feliz.
  22. Acaso não erram os que maquinam o mal? mas amor e fidelidade haverá para os que planejam o bem.
  23. Em todo trabalho há proveito, meras palavras, porém, levam à penúria.
  24. Aos sábios a riqueza é coroa, mas a estultícia dos insensatos não passa de estultícia.
  25. A testemunha veradeira livra almas, mas o que se desboca em mentiras é enganador.
  26. No temor do senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para os seus filhos.
  27. O temor do senhor é fonte de vida, para avitar os laços da morte.
  28. Na multidão do povo está a glória do rei, mas na falta de povo a ruína do princípe.
  29. O longânimo é grande em entendimento, mas o de ânimo precipitado exalta a loucura.
  30. O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.
  31. O que oprime ao pobre insulta àquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado.
  32. Pela sua malícia é derrubado o perverso, mas o justo, ainda morrendo, tem esperança.
  33. No coração do prudente repousa a sabedoria, mas o que há no interior dos insensatos, vem a lume.
  34. A justiça exalta as nações, mas o pecado é o princípio dos povos.
  35. O sevro prudente goza do favor do rei, mas oq que procede indigamente é objeto do seu furor.

Provérbios 15

  1. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
  2. A língua dos sábios adorna o conhecimento, mas a boca dos insensatos derrama a estultícia.
  3. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.
  4. A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito.
  5. O insensato depreza a intrução de seu pai, mas o que atende à repreensão consegue a prudência.
  6. Na casa do justo há grande tesouro, mas na renda dos perversos há perturbação.
  7. A língua dos sábios derrama o conhecimento, mas o coração dos insesatos não procede assim.
  8. O sacrifício dos perversos é abominavel ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento.
  9. O caminho do perverso é abominável ao Senhor, mas este ama o que segue a justiça.
  10. Disciplina rigorosa há para o que deixa a vereda, e o que odeia a repreensão morrerá.
  11. O além e o abismo estão descobertos perante o Senhor, quanto mais os corações dos filhos dos homens!
  12. O escarnecedor não ama àquele que o repreende, nem se chegará para os sábios.
  13. O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate.
  14. O coração entendido procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se apascenta de estultícia.
  15. Todos os dias do aflito são maus, mas a alegria do coração é banquete contínuo.
  16. Melhor é o pouco havendo o temor do senhor, do que grande tesouro, onde há inquietação.
  17. Melhor é um prato de hortaliças, onde há amor, do que o boi cevado e com ele o ódio.
  18. O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta.
  19. O caminho do preguiçoso é como que cercado de espinhos, mas a vereda dos retos é plana.
  20. O filho sábio alegra a seu pai, mas o homem insensato despreza a sua mãe.
  21. A estultícia é alegria para o que carece de entendimento, mas o homem entendido anda retamente.
  22. Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros, há bom êxito.
  23. O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra a seu tempo, quão boa é!
  24. Para o entendido há o caminho da vida que o leva para cima, a fim de evitar o inferno em baixo.
  25. O senhor deita por terra a casa dos soberbos, contudo matém a herança da viúva.
  26. Abomináveis são para o Senhor os desígnios do mau, mas as palavras bondosas lhe são aprazíveis.
  27. O que é ávido por lucro desonesto, transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá.
  28. O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda maldades.
  29. O Senhor está longe dos perversos, mas atende à oração dos justos.
  30. O olhar de amigo alegra ao coração; as boas novas fortalecem até os ossos.
  31. Os ouvidos que atendem à repreensão salutar, no meio dos sábios têm a sua morada.
  32. O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire o entendimento.
  33. O temor do senhor é a instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra.

Provérbios 16

  1. O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios do senhor.
  2. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o senhor pesa o espírito.
  3. Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.
  4. O Senhor fez todas as cousas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade.
  5. Abominável é ao senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune.
  6. Pela misericórida e pela verdade se expia a culpa, e pelo temor do senhor os homens evitam o mal.
  7. Sendo o caminho dos homens agradável ao senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos.
  8. Melhor é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça.
  9. O coração do homem traça o seu caminho, mas o senhor lhe dirige os passos.
  10. Nos lábios do rei se acham decisões autorizadas; no julgar não transgrida, pois, a sua boca.
  11. Peso e balança justos pertencem ao senhor; obra sua são todos os pesos da bolsa.
  12. A prática da impiedade é abominável para os reis,porque com justiça são o contentamento do rei, e ele ama o que fala cousas retas.
  13. Os lábios justos são o contentamento do rei, e ele ama o que fala cousas retas.
  14. O furor do rei são uns mensageiros de morte, mas o homem sábio o apazigua.
  15. O semblante alegre do rei significa vida, e a sua benevolência é como a nuvem que traza chuva serodia.
  16. Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! e mais excelente adquirir a prudência do que a prata!
  17. O caminho dos retos é desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.
  18. A soberba precede a ruína, e a altives do espírito, a queda.
  19. Melhor é ser humilde de espírito com os humildes, do que repartir o despojo com os soberbos.
  20. O que atenta para o ensino, acha o bem, e o que confia no senhor, esse é feliz.
  21. O sábio de coração é chamado prudente, e a doçura no falar aumenta o saber.
  22. O entendimento para aqueles que o possuem, é fonte de vida, mas para o insensato a sua estultícia lhe á castigo.
  23. O coração do sábio é mestre de sua boca, e aumenta persuasão nos seus lábios.
  24. Palavras agradáveis são como favo de mel, doces para a alma, e medicina para o corpo.
  25. Há caminho, que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte.
  26. A fome do trabalhador o faz trabalhar, porque a sua boca a isso o incita.
  27. O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente.
  28. O homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos.
  29. O homem violento alicia o seu companheiro, e guia-o por um caminho que não é bom.
  30. Quem fecha os olhos imagina o mal, e quando morde os lábios o executa.
  31. Coroa de honra são as cãs, quando se acham no caminho da justiça.
  32. Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e oq eu domina o seu espírito do que o que toma uma cidade.
  33. A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão.

Provérbios 17

  1. Melhor é um bocado seco, e tranquilidade, do que a casa farta de carnes, e contendas.
  2. O escravo prudente dominará sobre o filho que causa vergonha, e entre os irmãos terá parte na herança.
  3. O crisol prova a prata, e o forno o ouro; mas aos corações prova o senhor,
  4. O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna.
  5. O que escarnece do pobre insulta ao que o criou; o que se alegra da calamidade não ficará impune.
  6. Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais.
  7. Ao insensato não convem a palavra excelente, quanto menos ao princípe o lábio mentiroso!
  8. Pedra mágica é o suborno aos olhos de quem o dá, e para onde quer que se volte terá seu proveito,
  9. O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila, separa os maiores amigos.
  10. mias fundo entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no insensato.
  11. O rebelde não busca senão o mal, por isso mensageiro cruel se enviará contra ele.
  12. Melhor é encontrar-se uma ursa roubada dos filhos, do que o insensato na sua estultícia.
  13. Quanto àquele que paga o bem com o mal, não se apartará o mal da sua casa.
  14. Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas.
  15. O que justifica o perverso e o que condena o justo, abomináveis são para o senhor, tanto um como o outro.
  16. De que serviri o dinheiro na mão do insensato para comprar a sabedoria, visto que não tem entendimento?
  17. Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.
  18. O homem falto de entendimento, compromete-se, ficando por fiador do seu próximo.
  19. O que ama a contenda ama o pecado; o que faz alta a sua porta facilita-lhe a queda.
  20. O perverso de coração jamais achará o bem; e o que tem a língua dobre vem a cair no mal.
  21. O filho estulto é tristeza para o pai, e o pai do insensato não se alegra.
  22. O coração alegra é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.
  23. O perverso aceita suborno secretamente, para perverter as veredas da justiça.
  24. A sabedoria é o alvo do inteligente, mas os olhos do insensato vagam pelas extremidades da terra.
  25. O filho insensato é tristeza para o pai, e amargura para quem o du à luz.
  26. Não ´bom punir ao justo, é contra todo direito ferir ao princípe.
  27. Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência.
  28. Até o estutlo, quando se cala, é tido por sábio, e o que cerra os lábios por entendido.

Provérbios 18

  1. O solitário busca o seu próprio interesse, e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.
  2. O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior.
  3. Vindo a perversidade, vem também o desprezo, e com a ignomínia, a vergonha.
  4. Águas profundas são as palavras da boca do homem, e a fonte da sabedoria ribeiros transbordantes.
  5. Não é bom ser parcial com o perverso para torcer o direito contra os justos.
  6. Os lábios do insensato entram na contenda, e por açoites brada a sua boca.
  7. A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma.
  8. As palavras do maldizente são doces bocados, que descem para o mais interior do ventre.
  9. Quem é negligente na sua obra já é irmão do desperdiçador.
  10. Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro.
  11. Os bens do rico lhe são cidade forte, e, segundo imagina, uma alta muralha.
  12. Antes da ruína gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade.
  13. Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.
  14. O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido quem o pode suportar?
  15. O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber.
  16. O presente que o homem faz alarga-lhe o caminho e leva-o perante os grandes.
  17. O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina.
  18. Pelo lançar da sorte cessam os pleitos, e se decide a causa entre os poderosos.
  19. O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza; suas contendas são ferrolhos dum castelo.
  20. Do fruto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz.
  21. A morte e avida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.
  22. O que acha uma esposa acha o bem, e alcançou benevolência do Senhor.
  23. O pobre fala com súplicas, porém o rico responde com durezas.
  24. O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão.

Provérbios 19

  1. Melhor é o pobre que anda na sua integridade, do que o perverso de lábios, e tolo.
  2. Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.
  3. A estultícia do homem perverte o seu caminho, mas é contra o senhor que o seu coração se ira.
  4. As riquezas multiplicam os amigos, mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa.
  5. A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras não escapa.
  6. Ao generoso muitos o adula, e todos são amigos do que dá presentes.
  7. Se os irmãos do pobre o aborrecem, quanto mais se afastarão dele os seus amigo!Corre após eles com súplica, mas não os alcança.
  8. O que adquire entendimento ama a sua alma; o que conserva a inteligência acha o bem.
  9. A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras perece.
  10. Ao insensato não convém a vida regalada, quanto menos ao escravo dominar os príncipes!
  11. A discrição do homem o torna longânimo, e sua glória é perdoar as injúrias.
  12. Como bramido do leão assima é a indignação do rei;mas seu favor é como o orvalho sobre a erva.
  13. O filho insensato é a desgraça do pai, e um gotejar contínuo as contenções da esposa.
  14. A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do Senhor, a esposa prudente.
  15. A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem a padecer fome.
  16. O que guarda o mandamento guarda a sua alma; mas o que despreza os seus caminhos esse morre.
  17. Quem se compadece do pobre ao senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício.
  18. castigaa teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.
  19. Homem de grande ira tem de sofrer o dano; porque se tu o livrares, virás ainda a fazê-lo de novo.
  20. Ouve o conselho, e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir.
  21. Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá.
  22. O que torna agradável o homem é a sua misericórdia; o pobre é preferível ao mentiroso.
  23. O temor do Senhor conduz à vida; aquele que tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará.
  24. O preguiçoso mete a mão no prato, e não quer ter o trabalho de a levar à boca.
  25. quando ferires ao escarnecedor, o simples aprenderá a prudência; repreende ao entendido e crescerá em conhecimento.
  26. o que maltrata a seu pai, ou manda embora a sua mãe, filho é que envergonha e desonra.
  27. Filho meu, se deixas de ouvir a instrução, desviar-te-ás das palavras do conhecimento.
  28. A testemunha de Belial escarnece da justiça,e a boca dos perversos devora a iniquidade.
  29. Preparados estão os juízos para os escarnecedores e os açoites para as costas dos insensatos.

Provérbios 20

  1. O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido, não é sábio.
  2. Como o bramido do leão é o terror do rei; o que lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida.
  3. Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas.
  4. O preguiçoso não lavra por causa do inverno, pelo que, na sega, procura e nada encontra.
  5. Como águas profundas são os própositos do coração do homem, mas o homem de inteligência sabe descobri-los.
  6. Muitos proclamam a sua própria beninidade, mas o homem fidedigno quem o achará?
  7. O justo anda na sua integridade, felizes lhe são os filhos depois dele.
  8. Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos dissipa todo mal.
  9. Quem pode dizer: purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?
  10. Dois pesos e duas medidas uns e outras são abomináveis ao Senhor.
  11. Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto.
  12. O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez assim um como o outro.
  13. Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás do teu próprio pão.
  14. Nada vale, nada vale, diz o comprador, mas, indo-se, então se gaba.
  15. Há ouro e abundância de pérolas, mas os lábios instruidos são jóia preciosa.
  16. Tome-se a roupa àquele que fica fiador por outrem, e por penhor aquele que se obriga por estrangeiros.
  17. Suave é ao homem o pão ganho por fraude, mas depois a sua boca se encherá de pedrinhas de areia.
  18. Os planos medinte os conselhos têm bom êxito;faze a guerra com prudência.
  19. O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre os seus lábios.
  20. A quem amaldiçoa a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a lâmpada nas mais densas trevas.
  21. A posse antecipada de uma herança, no fim não será abençoada.
  22. Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará.
  23. Dois pesos são cousa abominável ao senhor, e balança enganosa não é boa.
  24. Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?
  25. Laço é para o homem o dizer precipidamente:È santo, e só refletir depois de fazer o voto.
  26. O rei sábio joeira os perversos, e faz passar sobre eles a roda.
  27. O espírito do homem é a lãmpada do senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo.
  28. Amor e fidelidade sustém ele o seu trono.
  29. O ronato dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos as suas cãs.
  30. Os vergões das feridas purificam do mal, e os açoites o mais íntimo do corpo.

Provérbios 21

  1. Como ribeiros de águas, assim é o coração do Senhor; este, segundo o seu quere, o inclina.
  2. Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o senhor sonda os corações.
  3. Exercitar justiça e juízo é mais aceitável ao senhor do que sacrifício.
  4. olhar altivo e coração orgulhoso, lâmpada dos perversos, são pecado.
  5. Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza.
  6. Trablahar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal.
  7. A violência dos perversos os arrebata, porque recusam praticar a justiça.
  8. Tortuoso é o caminho do homem carregado de culpa, mas reto o proceder do honesto.
  9. melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.
  10. A alma do perverso deseja o mal, nem o seu vizinho recebe dele compaixão.
  11. quando o escarnecedor é castigado, o simples se torna sábio; e, quando o sábio é instruido, recebe o conhecimento.
  12. O justo considera a casa dos perversos e os arrasta para o mal.
  13. O que tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará
  14. O presente que sedá em segredo abate a ira,e a dádiva em sigilo, uma forte indignação.
  15. Praticar a justiça é alegria para o justo, mas espanto para os que praticam a iniquidade.
  16. O homem que se desvia do caminho do entendimento, na congragação dos mortos repousará.
  17. quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá.
  18. O perverso serve de resgate para o justo, e para os retos, o pérfido.
  19. melhor é morara numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.
  20. tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça.
  21. O que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra.
  22. O sábio escala a cidade dos valentes, e derriba a fortaleza em que ela confia.
  23. O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda a sua alma das angústias.
  24. quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; procede com indignação e arrogância.
  25. O preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar.
  26. O cobiçoso cobiça todo o dia, mas o justo dá, e nada retém.
  27. o sacrifício dos perversos já é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!
  28. A testemunha falsa perecerá, mas a auricular falará sem ser contestada.
  29. O home perverso mostra dureza no seu rosto, mas o reto onsidera o seu caminho.
  30. Não há sabedoria, nem intelig~encia, nem mesmo conselho contra o senhor.
  31. O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor.

Provérbios 22

  1. Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.
  2. O rico e o pobre se encontram; a um e outro faz o Senhor.
  3. O prudente vê o mal, e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena.
  4. O galardão da humildade e o temor do senhor são riquezas e honra e vida.
  5. Espinhos e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.
  6. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele.
  7. O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta.
  8. O que semeia a injustiça segará males; e avara da sua indignação falhará.
  9. O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.
  10. Lança fora o escarnecedor, e com ele se irá a contenda; cessarão as demandas e a ignomínia.
  11. O que ama a pureza do coração, e é grácil no falar, terá por amigo o rei.
  12. Os olhos do senhor conservam o que tem conhecimento, mas as palavras do iníquo ele transtornará.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
  14. cova profunda é a boca da mulher estranha; aquele contra quem o senhor se irar, cairá nela.
  15. A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.
  16. O que oprime ao pobre para enriquecer a si ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá.
  17. Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento.
  18. porque é cousa agradável os guardares no seu coração, e os aplicares todos aos teus lábios.
  19. Para que a tua confiança esteja no senhor, quero dar-te hoje a instrução,a ti mesmo.
  20. Porventura não te escrevi excelentes cousas acerca de conselhos e conhecimentos,
  21. para mostrar-te a certeza das palavras da verdade, a fim de que possas responder claramente aos que te enviarem?
  22. Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprmas em juízo ao aflito,
  23. porque o senhor defenderá a causa deles, e tirrá a vida aos que os despojam.
  24. não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico,
  25. para que não aprendas as suas veredas, e assim enlaces a tua alma.
  26. Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas,
  27. pois se não tens com que pagar, por que arriscas perder a cama de debaixo de ti?
  28. Não removas os marcos antigos que puseram teus pais.
  29. Vês a um home perito na sua obra? perante reis será posto; e não entre aplebe.

Provérbios 23

  1. Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti;
  2. mete uma faca à tua garganta, se és homem glutão.
  3. Não cobices os seus delicados manjares, porque são comidas enganadoras.
  4. Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência.
  5. Porventura fitarás os teus olhos naquilo que não é nada? pois certamente a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus.
  6. Não comas o pão do invejoso, nem cobices os eus delicados manjares.
  7. Porque, como imagina em sua alma, assim ele é; ele te diz: Come e bebe;mas o seu coração não está contigo.
  8. Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.
  9. Não fales aos ouvidos do insensato, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.
  10. Não removas os marcos antigos, nem entre nos campos dos órfãos.
  11. porque o seu Vingador é forte, e lhes pleiteará a causa contra ti.
  12. Aplica o teu coração ao ensino, e os teus ouvidos às palavras do conhecimento.
  13. Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá.
  14. Tu a fustugarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.
  15. Filho meu, se o teu coração for sábio, alegrar-se-á também o meu;
  16. exultará o meu íntimo, quando os teus lábios falarem cousas retas.
  17. Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes no temor do senhor perseverarás todo dia.
  18. Porque deveras haverá bom futuro, não será frustrada a tua esperança.
  19. Ouve, filho meu, e sê sábio; guia retamente no caminho o teu coração.
  20. Não estejas entre os bebedores de vinho, nem entre os comilões de carne.
  21. Porque o beberrão e o comulão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem.
  22. Ouve a teu pai, que te gerou e não desprezes a tua mãe, quando vier a envelhecer.
  23. Compra a verdade, e não a vendas; compra a sabedoria, a instrução, e o entendimento.
  24. Grandemente se regozijará o pai do justo, e quem gerar a um sábio nele se alegrará.
  25. Alegrem-se teu pai e tua mãe, e regozije-se a que te deu à luz.
  26. Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.
  27. pois cova profunda é a prostitua, poço estreito a alheia.
  28. Ela, como salteador, se põe a espreitar, e multiplica entre os homens os infiéis.
  29. Para quem são os ais?para quem os pesares?para quem as rixas?para quem as queixas? para quem as feridas sem causa?e para quem os olhos vermelhos?
  30. Para os que demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada.
  31. Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo, e se escoa suavemente.
  32. pois ao cabo morderá como a cobra, e picará como o basilisco.
  33. Os teus olhos verão cousas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.
  34. serás como o que se deita no meio do mar, e como oque se deita no alto do mastro,
  35. e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? então tornarei a beber.

Provérbios 24

  1. Não tenha inveja dos homens malignos, nem queiras estar com eles,
  2. porque o seu coração maquina violência, eos seus lábios falam para o mal.
  3. Com a sabedoria edifica-se a casa,e com a intelig~encia ela se firma;
  4. pelo conhecimento se encherão as cãmaras de toda sorte de bens, preciosos e deletáveis.
  5. Mais poder tem o sábio do que o forte, e, o homem de conhecimento mais do que o robusto.
  6. Com mediadas de prudência farás a guerra, na multidão de conselheiros etá a vitória.
  7. A sabedoria é alta demais para o insensato, no juízo a sua boca não terá palavra.
  8. Ao que cuida em fazer o mal, mestre de intrigas lhe chamarão.
  9. Os desígnios do insensato são pecado, e o escarnecedor é abominável aos homens
  10. Se te mostrares fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.
  11. Livra os que estão sendo levados para a morte, e salva os que cambaleiam indo para sere mortos.
  12. Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não o saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?
  13. Filho meu, saboreia o mel, porque é saudável, e o favo, porque é doce ao teu paladar.
  14. Então sabe que assim é a sabedoria para a tua alma; se a achares, haverá bom futuro, e não será frustrada a tua esperança.
  15. Não te ponhas de emboscada, ó perverso, contra a habitação do justo, nem assoles o lugar do seu repouso.
  16. porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os perversos são derrubados pela calamidade.
  17. Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar;
  18. para que o Senhor não veja isso, e lhe desagrade, e desvie dele a sua ira.
  19. Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos perversos.
  20. porque o maligno não terá bom futuro, e a lâmpada dos perversos se apagará.
  21. Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, e não te associes com os revoltosos.
  22. Porque de repente se levantará a sua perdição, e a ruína que virá daqueles dois, quem o conhecerá?
  23. São também estes provérbios dos sábios. parcialidade no julgar não é bom.
  24. O que disser ao perverso: Tu és justo; pelo povo será maldito e detestado pelas nações.
  25. Mas os que o repreenderam se acharão bem, e sobre eles virão grandes bênçãos.
  26. Como beijo nos lábios é a resposta com palavras retas.
  27. Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo, e depois edifica a tua casa.
  28. Não seja testemunha sem causa contra o teu próximo, nem o enganes com os teus lábios.
  29. Não digas: como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.
  30. Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento;
  31. eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra em ruínas.
  32. tendo-o visto, considerei; vi, e recebi a instrução.
  33. um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para dormir, um pouco para encruzar os braços em repouso,
  34. assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão,e a tua necessidade como um homem armado.

Provérbios 25

Símiles e lições morais

  1. São também estes provérbios de salomão, os quais transcreveram os homens de ezequias, rei de Judá.
  2. A glória de deus é encobrir as cousas, mas a glória dos reis é esquadrinhá-las.
  3. Como a altura dos céus e a profundeza da terra, assim o coração dos reis é insondável.
  4. Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives;
  5. tira o perverso da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.
  6. Não te glories na presença do rei, nem te ponhas no meio dos grandes;
  7. porque melhor é que te digam:Sobe para aqui; do que seres humilhado diante do princípe. A respeito do que os teus olhos viram,
  8. não te apresses a litigar, pois, ao fim, que farás, quando o teu próximo te puser em apuros?
  9. Pleiteia a tua causa diretamente com o teu próximo, e não descubras o segredo de outrem.
  10. Para que não te vitupere aquele que te ouvir, e não se te apegue a tua infamia.
  11. Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
  12. Como pendentes e jóias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento.
  13. Como o frescor de neve no tempo da ceifa, assim é o mensageiro fiel para com os que enviam, porque refrigera a alma dos seus senhores.
  14. Como nuvens e ventos que não trazem chuva, assim é o homem que se gaba de dádivas que não fez.
  15. A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos.
  16. Achaste mel? como apenas o que te basta; para que não te fartes dele, e venhas a vomitá-lo.
  17. Não sejas frequente na casa do teu próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça.
  18. Maça, espada e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo.
  19. Como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia.
  20. Como quem se despe num dia de frio, e como vinagre sobre feridas, assim é o que entoa canções junto ao coração aflito.
  21. Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber.
  22. porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça;
  23. O vento norte traz chuva, e a língua fingida, o rosto irado.
  24. Melhor é morar no canto do eirados, do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.
  25. Como água fria para o sedento, tais são as boas novas vindas de um país remoto.
  26. Como fonte que foi turvada e manancial corrupto, assim é o justo que cede ao perverso.
  27. Comer muito mel, não é bom; assim procurar a própria honra não é honra.
  28. Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio.

Provérbios 26

  1. Como neve no verão, e como a chuva na ceifa, assim a honra não convém ao insensato.
  2. Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu vôo, assim a maldição sem causa não se cumpre.
  3. O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento, e avara para as costas dos insensatos.
  4. Não respondas ao insensato segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele.
  5. Ao insensato responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos.
  6. Os pés corta, e o dano sofre, quem manda mensagem por intermédio do insensato.
  7. As pernas do coxo pendem bambas, assim é o provérbios na boca dos insensatos.
  8. Como o que atira pedra preciosa num montão de ruínas, assim é o que dá honra ao insensato.
  9. Como galho de espinhos na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos insensatos.
  10. Como um flecheiro que a todos fere, assim é o que assalaria os insensatos e os transgressores.
  11. Como o cão que torna ao seu vômito, assim é o insensato que reitera a sua estultícia.
  12. Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele.
  13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.
  14. Como a porta se resolve nos seus gonzos, assim o preguiçoso no seu leito.
  15. O preguiçoso mete a mão no prato, e não quer ter o trabalho de a levar à boca.
  16. Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que sabem responder bem.
  17. Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma pelas orelhas um cão que passa.
  18. Como o louco que lança fogo, flechas e morte,
  19. assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.
  20. Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda.
  21. Como o carvão é paran a brasa e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.
  22. As palavras do maldizente são como comida fina, que desce para o mais interior do ventre.
  23. Como vaso de barro coberto de escórias de prata, assim são os lábios amorosos e o coração maligno.
  24. aquele que aborrece dissimula com os lábios, mas no íntimo encobre o engano;
  25. quando te falar suavemente, não te fies nele, porque sete abominações há no seu coração.
  26. Ainda que o seu ódio se encobre com engano, a sua malícia se descobrirá publicamente.
  27. Quem abre uma cova nela cairá; e a pedra rolará sobre quem a revolve.
  28. A língua falsa aborrece a quem feriu, e a boca lisonjeira é causa de ruína.

Provérbios 27

  1. Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz.
  2. Seja outro o que te louve, e não a tua boca, o estrangeiro e não os teus lábios,
  3. Pesada é a pedra, e a areia é uma carga; mas a ira do insensato é mais pesada do que uma e outra,
  4. Cruel é o furor e impetuosa a ira, mas quem pode resistir à inveja?
  5. Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
  6. Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.
  7. A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.
  8. Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar.
  9. Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim o amigo encontra doçura no conselho cordial.
  10. Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade. Mais vale o vizinho perto do que o irmão longe.
  11. Sê sábio. filho meu, e alegra o meu coração, para que eu saiba responder àqueles que me afrontam.
  12. O prudente vê o mal e esconde-se; mas o simples passam adiante e sofrem a pena.
  13. Tome-se a roupa àquele que fica fiador por outrem, e por penhor aquele que se obriga por mulher estranha.
  14. O que bendiz ao seu vizinho em alta voz, logo de manhã, por maldiição lhe atribuem o que faz.
  15. O gotejar contínuo no dia de grande chuva, e a mulher rixosa, são semelhantes;
  16. contê-la seria conter o vento, seria pegar o óleo na mão.
  17. Como o ferro com o ferro se afia, assim o homem ao seu amigo.
  18. O que trata da figueira comerá do seu fruto; e o que cuida do seu senhor, será honrado.
  19. Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.
  20. O inferno e o abismo nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem,
  21. Como o crisol prova a prata, e o forno o ouro, assim o homem é provado pelos louvores que recebe.
  22. Ainda que pises o insensato com mão de gral entre grãos pilados, não se vai dele a sua estultícia.
  23. Procura conhecer o estado das tuas ovelhas, e cuida dos teus rebanhos,
  24. porque as riquezas não duram para sempre, nem a coroa de geração em geração.
  25. Quando, removido o feno, aparecerem os renovos e se recolherem as ervas dos montes,
  26. então os cordeiros te darão as vestes, os bodes o preço do campo,
  27. e as cabras leite em abundância para teu alimento,para alimento da tua casa, e para sustento das tuas servas.

Provérbios 28

Provérbios antiéticos

  1. Fogem os perversos, sem que ninguém os persiga; mas o justo é intrépido como o leão.
  2. Por causa da transgressão da terra mudam-se frequentemente os príncipes, mas por um, sábio e prudente, se faz estável a sua ordem.
  3. O home pobre que oprime os pobres é como chuva que a tudo arrasta e não deixa trigo.
  4. Os que desamparam a lei louvam o perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele.
  5. Os homens maus não entendem o que é justo, mas os que buscam o Senhor entendem tudo.
  6. melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso que anda na sua integridade do que o perverso nos seus caminhos, ainda que seja rico.
  7. o que guarda a lei é filho prudente, mas o companheiro de libertinos envergonha a seu pai.
  8. O que aumenta os seus bens com juros e ganância, ajunta-os para o que se compadece do pobre,
  9. O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.
  10. O que desvia os retos para o mau caminho, ele mesmo cairá na cova que fez, mas os íntegros herdarão o bem.
  11. O homem rico é sábio aos seus próprios olhos; mas o pobre que é entendido sabe sondá-lo.
  12. Quando triunfam os justos há grande festividade; quando, porém, sobem os perversos os homens se escondem.
  13. O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.
  14. Feliz o homem constante no temor de Deuss; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.
  15. Como leão que ruge, e urso que ataca, assim é o perverso que domina sobre um povo pobre.
  16. O príncipe falto de inteligência multiplica as opressões, mas o que aborrece a avareza viverá muitos anos.
  17. O homem carregado do sangue de outrem, fugirá até à cova; ninguém o detenha.
  18. O que anda em integridade será salvo, mas o perverso em seus caminhos cairá logo.
  19. O que lavra a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que ajunta a vadios se fartará de pobreza.
  20. O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo.
  21. Parcialidade não é bom, porque até por um bocado de pão o homem prevaricará.
  22. Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria.
  23. O que repreende ao homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua.
  24. O que rouba a seu pai, ou a sua mãe e diz: Não é pecado, companheiro é do destruidor.
  25. O cobiçoso levanta contendas, mas o que confia no Senhor prosperará.
  26. O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria, será salvo.
  27. O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os seus olhos será cumulado de maldições.
  28. Quando sobem os perversos os homens se escondem, mas quando eles perecem, os justos se multiplicam

Provérbios 29

  1. O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura.
  2. Quando se multiplicam os justos o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira.
  3. O homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça os bens.
  4. O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna.
  5. O homem que lisonjeia a seu próximo, arma-lhe uma rede aos passos.
  6. Na transgressão do homem mau há laço, mas o justo canta e se regozija.
  7. Informa-se o justo da causa dos pobres, mas o perverso de nada disso quer saber.
  8. Os homens escarnecedores alvoroçam a cidade,mas os sábios desviam a ira.
  9. se o homem sábio discute com o insensato, quer este se encolerize quer se ria, não haverá fim.
  10. Os sanguinários aborrecem o íntegro, ao passo que quanto aos retos procuram tirar-lhes a vida.
  11. O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime.
  12. se o governador dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser perversos todos os seus servos.
  13. O pobre e o seu opressor se encontram, mas é o senhor que dá luz aos olhos de ambos.
  14. O rei, que julga os pobres com equidade, firmará o seu trono para sempre.
  15. A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
  16. Quando os perversos se multiplicam, multiplicam-se as trasgressões, mas os justos verão a ruína deles.
  17. Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma.
  18. Não havendo profecia o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é feliz.
  19. O servo não se emendará com palavras, porque ainda que entenda, não obedecerá.
  20. Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? maior esperança há para o insensato do que para ele.
  21. Se alguém amima o escravo desde a infância, por fim quererá ser filho.
  22. O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões.
  23. A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra.
  24. o que tem parte com o ladrão aborrece a sua própria alma;ouve as maldições, e nada denuncia.
  25. Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no senhor está seguro.
  26. Muitos buscam o favor do que governa, mas para o homem a justiça vem do Senhor.
  27. Para o justo o iníquo é abominação, e o reto no seu caminho é abominação ao perverso.

Provérbios 30

As palavras de Agur

Palavras de Agur, filho de Jaque, de Massa

  1. disse o homem: Fatiguei-me, ó Deus; fatiguei-me, ó Deus, e estou exausto;
  2. porque sou demasiadamente estúpido para ser homem; não tenho a inteligência de homem
  3. não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
  4. Quem subiu ao céu, e desceu? quem encerrou os ventos nos seus punhos? quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho? Se é que o sabes?
  5. Toda palavra de deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam.
  6. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.
  7. Duas cousas te peço; não mas negues, antes que eu morra;
  8. afasta de mim a falsidade e a mentira: não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for necessário:
  9. para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? ou que empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de deus.
  10. Não calunies o servo diante de seu senhor, para que aquele te não amaldiçoe e fiques culpado.
  11. Há daqueles que amaldiçoam a seu pai, e que não bendizem a sua mãe.
  12. Há daqueles que são puros aos seus próprios olhos, e que jamais foram lavados da sua imundícia.
  13. há daqueles-quão altivos aõ os seus olhos e levantadas as suas pálpebras!
  14. Há daqueles cujos dentes são espadas, e cujos queixais são facas, para consumirem na terra os aflitos, e os necessitados entre os homens.
  15. A sanguessuga entre os homens, a saber: Dá, Dá. Há três cousas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta:
  16. A sepultura, a madre estéril, a terra que se não farta de água, e o fogo, que nunca diz: Basta.
  17. Os olhos de quem zomba do pai, ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos.
  18. Há três cousas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo:
  19. O caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma donzela.
  20. tal é o caminho da mulher adúltera: come, e limpa a boca, e diz: Não cometi maldade.
  21. Sob três cousas estremece a terra, sim, sob quatro não pode subsistir:
  22. Sob o servo, quando se torna rei; sob o insensato, quando anda farto de pão;
  23. sob a mulher desdenhada, quando se casa; sob a serva, quando se torna herdeira da sua senhora.
  24. há quatro cousas mui pequenas na terrra, que, porém, são mais sábias que os sábios:
  25. as formigas, povo sem força, todavia no verão preparam a sua comida;
  26. os arganazes, povo não poderoso, contudo fazem a sua casa nas rochas;
  27. os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos em bandos;
  28. o geco que se apanha com as mãos, contudo está nos palácios dos reis.
  29. Há três que têm passo elegante, sim, quatro que andam airosamente;
  30. O leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás;
  31. O galo que anda ereto, o bode, e o rei a quem não se pode resistir.
  32. Se procedeste insensatamente em te exaltares, ou se maquinaste o mal, põe a mão na boca.
  33. Porque o bater do leite produz manteiga, e o torcer do nariz produz sangue, e o açular a ira produz contendas.

Provérbios 31

Conselhos para o rei Lemuel

  1. Palavras do rei Lemuel, de Massá, as quais lhe ensinou sua mãe.
  2. Que te direi, filho meu? ó filho do meu ventre? Que te irei, ó filho dos meus votos?
  3. Não dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos às que detroem os reis.
  4. Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte.
  5. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.
  6. dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargurados de espírito:
  7. para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais.
  8. abre a tua boca a favor do mudo, plo direito de todos os que se acham desamparados.
  9. abre a tua bõca, julga retmente, e faze justiça aos pobres e aos necessitados.

    o louvor da mulher virtuosa

  10. Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias.
  11. o coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho,
  12. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
  13. Busca lã e linho, e de bom grado trabalha com as mãos.
  14. E como o navio mercante, de longe traz o seu pão.
  15. É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas.
  16. Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho.
  17. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
  18. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite.
  19. Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca.
  20. Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado.
  21. No tocante a sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate.
  22. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura.
  23. seu marido é estimado entre os juízes, quando se asenta com os anciãos da terra.
  24. ela faz roupas de linho fino, e vende-as, e dá cinzas aos mercadores.
  25. A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações.
  26. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.
  27. Atende ao bom andamento da sua casa, e não come o pão da preguiça.
  28. Levantam-se seus filhos, e lhe chamam ditosa, seu marido a louva, dizendo:
  29. Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas.
  30. Enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
  31. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.

Referência: Bíblia Sagrada traduzida por João Ferreira de Almeida